Disco raro de José Cid renasce em vinil
3 participantes
Fórum audiopt.net :: conteúdos :: Música :: Vinil
Página 1 de 1
Disco raro de José Cid renasce em vinil
http://www.publico.pt/cultura/noticia/disco-raro-renasce-em-vinil-como-em-1971-mas-com-as-tecnicas-do-seculo-xxi-1636598
"Quem tiver, à época, manuseado o disco, ficará surpreendido: é igual! Ou quase… A capa, desdobrável, usa o mesmo tipo de cartão rugoso, a tonalidade das fotos é perfeita, interior e contracapa estão tal como na edição original de 1971.
No entanto, emendaram-se pequenos erros nos títulos das canções e o vinil utilizado é de 180 gramas, numa prensagem ao gosto dos audiófilos. E, no interior, junto ao disco (que, por fora, é selado numa capa de celofane reutilizável, ao jeito das miniaturas japonesas), há um libreto bilingue, esse sim, inteiramente novo, onde se explica tudo (a história, as canções, os processos musical e técnico) e onde se publicam, pela primeira vez, as letras dos doze temas, o que o original não fazia.
Miguel Augusto Silva, da Armoriz, empresa criada em Portugal para este tipo de edições, chegou a este disco através da ideia de “homenagear a música, os artistas e as pessoas ligadas à música portuguesa, através de edições cuidadas em LP, ao mais alto nível”. E ele diz LP, ou seja, vinil, porque acha que “a experiência de escuta de um LP é diferente, é mais física, somos também mais influenciados pelas emoções do objecto em si, da capa, dos textos, das fotos… O retorno é muito mais gratificante e aprende-se muito mais. O formato digital não me dá isso, principalmente hoje em dia com o MP3, onde o objecto desapareceu completamente.” O primeiro disco a solo de José Cid, além de raríssimo, permitia-lhe a experiência de voltar ao ponto “zero”, há 43 anos.
Editado em Maio de 1971 pela Valentim de Carvalho, com selo da Columbia, teve à data apenas 400 cópias, mas não só as masters originais estavam a salvo como o técnico de som Hugo Ribeiro, que o registou na época, estava disponível para voltar a fazer tudo de novo. E assim foi. Com Hugo Ribeiro, esteve, agora, outro grande nome dos estúdios portugueses, José Fortes. Corrigiu-se, como escreve Hugo Ribeiro no libreto do disco actual, o que podia ser uma “escuta enganadora” da época e, num “meticuloso processo de restauro”, mantiveram-se as características da gravação original: “Ao ouvir o resultado, tantos anos depois, tive a sensação de estar novamente no estúdio de gravação”, escreve Hugo Ribeiro. E se, na verdade, lá estivesse, teria pela frente uma máquina 3M M23 de oito pistas (uma novidade para a época, em Portugal), onde José Cid gravou, sozinho, todas as vozes e instrumentos que o disco regista: piano, guitarras, baixo, bateria, órgão, flauta, cravo. “Toquei os instrumentos todos, fiz os coros, tudo…”, explica José Cid, agora, no texto do disco. “Acho que é um trabalho interessante”.
O que trazia e nos volta a trazer, agora, este disco? Para lá de sete composições originais de José Cid, na altura ainda a trabalhar com o Quarteto 1111 (Não convém, Olá vampiro bom!, Requiem, Nunca, Lisboa ano 3000, Meu amor e Amigos), uma versão de O Dragão, tema escrito pelo baixista do quarteto, Jorge Moniz Pereira; Gabriela cravo e canela, com letra de Jorge Amado e música de Cid (mais tarde, Dori Caymmi, filho de Dorival, escreveria uma outra versão intitulada Alegre menina); Dom fulano, versão de Natália Correia para um tema do cancioneiro de D. Dinis (cuja letra original, em português medieval, agora se publica a par da outra); Ni Helile, do trovador moçambicano Fany Mpfumo; e finalmente Volkswagen blue, canção que Gilberto Gil compôs e, depois de se cruzar com José Cid em Portugal, lhe ofereceu, junto com outro tema, para gravar.
Por cima dos registos de Cid (voz e instrumentos), quis o maestro Pedro Osório juntar alguns apontamentos orquestrais, que Cid tolerou. No geral, diz Miguel Augusto Silva (que no libreto actual analisa meticulosamente cada uma das canções), “o disco é extremamente denso e coeso”, e a componente orquestral de Pedro Osório é bastante inteligente… A transversalidade de influências musicais vai muito para além da abordagem do Quarteto 1111 e da influência psicadélica. Entre a bossa nova, o jazz, o psicadelismo, a música tradicional e a música electroacústica: pop de vanguarda – o que, em certos aspectos, o aproxima de uma estética “canterburiana”… (foi em Canterbury, Inglaterra, que a pop psicadélica, escreve ainda Miguel Silva, “escolheu o jazz e ignorou o blues, namorando a música electroacústica e apaixonando-se pela bossa nova”)."
"Quem tiver, à época, manuseado o disco, ficará surpreendido: é igual! Ou quase… A capa, desdobrável, usa o mesmo tipo de cartão rugoso, a tonalidade das fotos é perfeita, interior e contracapa estão tal como na edição original de 1971.
No entanto, emendaram-se pequenos erros nos títulos das canções e o vinil utilizado é de 180 gramas, numa prensagem ao gosto dos audiófilos. E, no interior, junto ao disco (que, por fora, é selado numa capa de celofane reutilizável, ao jeito das miniaturas japonesas), há um libreto bilingue, esse sim, inteiramente novo, onde se explica tudo (a história, as canções, os processos musical e técnico) e onde se publicam, pela primeira vez, as letras dos doze temas, o que o original não fazia.
Miguel Augusto Silva, da Armoriz, empresa criada em Portugal para este tipo de edições, chegou a este disco através da ideia de “homenagear a música, os artistas e as pessoas ligadas à música portuguesa, através de edições cuidadas em LP, ao mais alto nível”. E ele diz LP, ou seja, vinil, porque acha que “a experiência de escuta de um LP é diferente, é mais física, somos também mais influenciados pelas emoções do objecto em si, da capa, dos textos, das fotos… O retorno é muito mais gratificante e aprende-se muito mais. O formato digital não me dá isso, principalmente hoje em dia com o MP3, onde o objecto desapareceu completamente.” O primeiro disco a solo de José Cid, além de raríssimo, permitia-lhe a experiência de voltar ao ponto “zero”, há 43 anos.
Editado em Maio de 1971 pela Valentim de Carvalho, com selo da Columbia, teve à data apenas 400 cópias, mas não só as masters originais estavam a salvo como o técnico de som Hugo Ribeiro, que o registou na época, estava disponível para voltar a fazer tudo de novo. E assim foi. Com Hugo Ribeiro, esteve, agora, outro grande nome dos estúdios portugueses, José Fortes. Corrigiu-se, como escreve Hugo Ribeiro no libreto do disco actual, o que podia ser uma “escuta enganadora” da época e, num “meticuloso processo de restauro”, mantiveram-se as características da gravação original: “Ao ouvir o resultado, tantos anos depois, tive a sensação de estar novamente no estúdio de gravação”, escreve Hugo Ribeiro. E se, na verdade, lá estivesse, teria pela frente uma máquina 3M M23 de oito pistas (uma novidade para a época, em Portugal), onde José Cid gravou, sozinho, todas as vozes e instrumentos que o disco regista: piano, guitarras, baixo, bateria, órgão, flauta, cravo. “Toquei os instrumentos todos, fiz os coros, tudo…”, explica José Cid, agora, no texto do disco. “Acho que é um trabalho interessante”.
O que trazia e nos volta a trazer, agora, este disco? Para lá de sete composições originais de José Cid, na altura ainda a trabalhar com o Quarteto 1111 (Não convém, Olá vampiro bom!, Requiem, Nunca, Lisboa ano 3000, Meu amor e Amigos), uma versão de O Dragão, tema escrito pelo baixista do quarteto, Jorge Moniz Pereira; Gabriela cravo e canela, com letra de Jorge Amado e música de Cid (mais tarde, Dori Caymmi, filho de Dorival, escreveria uma outra versão intitulada Alegre menina); Dom fulano, versão de Natália Correia para um tema do cancioneiro de D. Dinis (cuja letra original, em português medieval, agora se publica a par da outra); Ni Helile, do trovador moçambicano Fany Mpfumo; e finalmente Volkswagen blue, canção que Gilberto Gil compôs e, depois de se cruzar com José Cid em Portugal, lhe ofereceu, junto com outro tema, para gravar.
Por cima dos registos de Cid (voz e instrumentos), quis o maestro Pedro Osório juntar alguns apontamentos orquestrais, que Cid tolerou. No geral, diz Miguel Augusto Silva (que no libreto actual analisa meticulosamente cada uma das canções), “o disco é extremamente denso e coeso”, e a componente orquestral de Pedro Osório é bastante inteligente… A transversalidade de influências musicais vai muito para além da abordagem do Quarteto 1111 e da influência psicadélica. Entre a bossa nova, o jazz, o psicadelismo, a música tradicional e a música electroacústica: pop de vanguarda – o que, em certos aspectos, o aproxima de uma estética “canterburiana”… (foi em Canterbury, Inglaterra, que a pop psicadélica, escreve ainda Miguel Silva, “escolheu o jazz e ignorou o blues, namorando a música electroacústica e apaixonando-se pela bossa nova”)."
pbarata- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1131
Idade : 56
Localização : Lisboa
Interesses : Jazz & Clássica
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 472
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
Para quem não conhece ainda fica a foto, o disco com capa e a reedicao e o sem capa uma copia promocional da edição original.
cocharro- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 52
Idade : 47
Localização : Lisboa
Ocupação : Analista informatico
Interesses : Viajar, comer
Data de inscrição : 19/06/2011
Pontos/Reputação : 122
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
Desde que não estraguem, está-se bem.
Alias continuo sem compreender como é que do Jose Cid não se reeditam alguns dos discos mais significativos, mesmo em cd, como é o caso do Oda a Frederico Garcia Lorca, Vendedor de Sonhos, Pelos Direitos do Homem, Nunca mais é Sexta Feira entre outros.
O que aparece no mercado são os últimos dele e uma porrada de best of que nada adiantam.
Alias continuo sem compreender como é que do Jose Cid não se reeditam alguns dos discos mais significativos, mesmo em cd, como é o caso do Oda a Frederico Garcia Lorca, Vendedor de Sonhos, Pelos Direitos do Homem, Nunca mais é Sexta Feira entre outros.
O que aparece no mercado são os últimos dele e uma porrada de best of que nada adiantam.
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
joevalve escreveu:Desde que não estraguem, está-se bem.
Boas na minha opinião continuo a preferir a edição original.
cocharro- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 52
Idade : 47
Localização : Lisboa
Ocupação : Analista informatico
Interesses : Viajar, comer
Data de inscrição : 19/06/2011
Pontos/Reputação : 122
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
compraste o disco ? não arranjas uma gravação dele para cd ? gostava de confrontar um e outro, só por curiosidade.
obg
jose mario
obg
jose mario
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
joevalve escreveu:compraste o disco ? não arranjas uma gravação dele para cd ? gostava de confrontar um e outro, só por curiosidade.
obg
jose mario
Eu tenho ambos o original e a reedição e sinceramente gosto mais do original.
Não tenho como fazer gravacao para digital. Se alguem por lisboa tiver como fazer nao tenho problema de levar o disco para a copia
cocharro- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 52
Idade : 47
Localização : Lisboa
Ocupação : Analista informatico
Interesses : Viajar, comer
Data de inscrição : 19/06/2011
Pontos/Reputação : 122
Re: Disco raro de José Cid renasce em vinil
ok, obrigado.
mas é como eu costumo dizer, por vezes o original é melhor que o remake.
mas é como eu costumo dizer, por vezes o original é melhor que o remake.
Tópicos semelhantes
» Disco de Vinil versus CD: Dúvidas.
» Tratamento/Limpeza dos Disco de Vinil
» Disco do Zeca
» FEIRA DO DISCO !
» sony raro para quem estiver interessado.
» Tratamento/Limpeza dos Disco de Vinil
» Disco do Zeca
» FEIRA DO DISCO !
» sony raro para quem estiver interessado.
Fórum audiopt.net :: conteúdos :: Música :: Vinil
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|